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 Detentos do Rap - Depoimento de Um Viciado

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MensagemAssunto: Detentos do Rap - Depoimento de Um Viciado   Detentos do Rap - Depoimento de Um Viciado Icon_minitimeQua Nov 21, 2007 9:20 am

Detentos do Rap - Depoimento de Um Viciado

São 2 da manhã, eu de calça e blusa/ um tempo frio, do céu cai
chuva/ eu sou sozinho
parceiro e é foda/ com meu destino ninguém mais se importa/
chegar ao ponto que cheguei é
lamentável/ estado físico inacreditável/ eu sinto crise, eu
sinto convulsão/ é muito triste meu
estado, sangue bom/ 30 quilos mais magro, vai vendo/ o resultado
é pura essência do veneno/ o
vício tira a calma, a cabreiragem me acelera/ o demônio rouba a
alma, o inferno me seqüestra/
cadê a luz que vem lá do céu? / cadê Jesus pra julgar mais este
réu? / tenho vontade de morrer
constantemente/o descontrole da mente me deixa impaciente, e é
foda/ eu saio que nem louco
pela rua/ único mano, é o cano na cintura/ eu preferia ta
falando de amor/ falando das
crianças, e não da minha dor/ mais eu sou o espelho da agonia
de um homem/ sem identidade,
caráter, sem nome/ sem Mercedez, Audi ou Mitsubishi/ consumidor
da praga do apocalipse/ tão
jovem, sem esperança de vida/ tão novo, e já suicida/ são 2 da
manhã e faz chuva. O pesadelo
ainda continua.

Um dia frio,
Um bom lugar pra ler um livro.
Pensamento lá em você,
sem você não vivo. {depoimento de um viciado}

Eu comecei de forma curiosa/ um cigarro de maconha não era
droga/ era o que todo
mundo me falava/ experimentei, nem eu mesmo acreditava/ primeira
vez, outra sensação/
segunda vez, mó barato, ilusão/ produto dos sonhos, me sinto
mais leve/ enquanto isso meus
neurônios fervem/ sentia fome/ sentia a viagem /eu observava de
longe as paisagens/ a fumaça
me deixava cada vez mais louco/ sem perceber, eu já era o
próprio demônio/ segundo passo, veio
a cocaína/ morava com minha mãe/ me lembro da minha Felícia/
cheirava comigo sem parar/ 2
loucos 24 horas no ar/ parei com o estudo, perdi até o trampo/
ganhei o mundo, e uma desilusão e
tanto/ perdi a minha própria mãe, que trauma/ morreu de desgosto
por minha causa/ nem assim eu
consegui parar/ só a morte pode me libertar/ eu roubava pra
sobreviver, ou melhor/ pra manter o
vício, e não morrer de dó/ Suicídio, e lento era o processo/ eu
nunca fui estrela, eu nunca fui
sucesso. Contaminado HIV positivo/ Qual a diferença do inimigo
pro perigo? Aí/ são 2 da manhã
e faz chuva, o pesadelo ainda continua/ Continua ladrão, o
pesadelo ainda continua.

Um dia frio,
Um bom lugar pra ler um livro.
Pensamento lá em você,
sem você não vivo. {depoimento de um viciado}

Amigo, aí, eu falei esta palavra/ me desculpa, foi erro, não
pega nada/ eu nunca tive
amigo nessa porra/ só prejuízo na vida, de ponta a ponta/ mas
quem vai se importar, eu sou penas
mais um/ aidético viciado, infelizmente comum/ mais um entre mil
ou um milhão, ladrão/ escravo
desta triste detenção/ eu não sou Rafael e nem a Vera Fischer/ a
minha história, parceiro é mais
triste/ eu nunca engoli escova de cabelo/ mas já matei pelo
crack e por dinheiro/ puta que
pariu, o inferno me chama/ quem sabe lá eu consiga a fama ou
drama/ ou a lama de fogo eterno/
condenado à escuridão do inferno/ eu sou um louco de intensa a
coragem/ com o ferro a favor
do crack/ não sei se a malandragem é minissérie ou história/ mas
sei que a carreira parceiro é
sem glória/ vou tentar não matar mais ninguém/ chega de ser
refém, eu preciso é do bem/ vou
entregar a Deus a minha vida/ vou acreditar nas palavras da
Bíblia/ arrependido de todos os
pecados/ ter conseguido escapar do diabo/ espero que a minha
história sirva de exemplo/ pra
quem ta começando, parceiro como eu comecei/ que se afaste das
drogas enquanto há tempo/ pra
não provar do veneno que eu provei/ é embaçado sangue bom, vai
por mim/ tudo nesta vida tem
um fim/ são 2 da manhã, faz chuva/ eu vou orar pela minha alma e
pela sua/ é madrugada e faz
chuva/ eu vou orar pela minha alma e pela sua.

Um dia frio,
Um bom lugar pra ler um livro.
Pensamento lá em você,
sem você não vivo. {depoimento de um viciado}
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